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- Curso de Biomedicina da Faculdade Leão Sampaio, na cidade de Juazeiro do Norte, com o interesse de adquirir e transmitir conhecimentos que possam auxiliar no desenvolvimento da sociedade.

sábado, 15 de agosto de 2009

Degeneração Proteica na Doença de Alzheimer

As células do nosso organismo vivem em homeostase, que é a capacidade de manter o equilíbrio com o meio, podendo sofrer estímulos de agentes agressores. Dependendo da natureza, intensidade e duração do estimulo a célula pode responder de varias formas, como adaptação, lesão e até mesmo a morte celular.

Degeneração é um tipo de lesão celular reversível, ou seja, lesões compatíveis com a volta da célula à normalidade após eliminada sua causa. As degenerações são caracterizadas por alterações morfológicas e funcionais, que resultam no acumulo, na célula ou no estroma, de algumas substancias que eram inexistentes ou existiam em pequenas quantidades.

A doença de Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa do cérebro, caracterizada por uma perda das faculdades cognitivas superiores, manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica. Ocorre perda gradual e irreversível dos neurônios, levando a atrofia cerebral difusa. A diminuição numérica dos neurônios (fig.01) e a formação de placas senis (fig.03) no neurópilo levam à redução das conexões interneuronais (perda de sinapses), resultando em demência progressiva e irreversível.


Fig.01 Diminuição irreversível do número de Neurônios


A perda de neurônios é o principal acontecimento neuropatolofisiológico subjacente aos sintomas da DA. As alterações que a DA provoca, como a perda de memória e de capacidade de comunicação com o exterior, devem-se à degeneração e morte dos neurônios do córtex, do sistema límbico, do hipocampo e de outras regiões do cérebro. No tecido danificado observam-se dois tipos de depósitos proteicos: um extracelular, as placas de amilóide, e outro intracelular, os novelos neurofibrilares.

Novelos neurofibrilares (fig.02) são alterações intracelulares verificadas no citoplasma dos neurônios e, segundo a análise bioquímica, formam-se pela acumulação de uma proteína denominada Tau cuja função é de estabilizar os microtúbulos dos axônios (estruturas responsáveis pela formação e manutenção dos contatos interneuronais). Essas funções são alteradas quando a proteína tau é modificada pela adição anormal de fósforo no processo de fosforilação. Assim sendo o substratobásico dos novelos neurofibrilares é a proteína tau hiperfosforilada.


Fig.02 Novelos neurofibrilares resultantes do acumulo de proteína Tau

As placas senis são compostas pela proteína β-amilóide. A proteína β-amilóide surge quando a respectiva proteína precursora, a APP se divide. A APP é dividida primeira pela β-secretase e, posteriormente, pela γ-secretase. A γ-secretase divide o APP em AICD (domínio intracelular da APP) e, em β-amilóide. A β-amilóide (Aβ) forma fibrilas de amilóide que se acumulam extracelularmente e formam as placas senis.


Fig. 03 Placas senis resultantes do acumulo de proteína β-amilóide

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