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- Curso de Biomedicina da Faculdade Leão Sampaio, na cidade de Juazeiro do Norte, com o interesse de adquirir e transmitir conhecimentos que possam auxiliar no desenvolvimento da sociedade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

HEPATITE B


O que é?

É uma inflamação do fígado causada pelo vírus da Hepatite B (HBV).

Como se adquire?

Transfusões de sangue foram a principal via de transmissão da doença, circunstância que se tornou rara com a obrigatória testagem laboratorial dos doadores. Atualmente, o uso compartilhado de seringas, agulhas e outros instrumentos entre usuários de drogas, assim como relações sexuais sem preservativo (camisinha) são as formas mais preocupantes de contaminação na população.

O contato acidental de sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus, com mucosa ou pele com lesões também transmitem a doença.

Gestantes (grávidas) contaminadas podem transmitir a doença para os bebês, sendo o parto normal ou por cesariana o principal momento de risco, o que pode ser minimizado pelo médico através de tratamento adequado.

O que se sente e como se desenvolve?

Os sintomas são semelhantes aos das hepatites em geral, se iniciando com:

mal-estar generalizado

dores de cabeça e no corpo

cansaço fácil

falta de apetite

febre.

Após, surgem tipicamente

coloração amarelada das mucosas e da pele (icterícia)

coceira no corpo

urina escura (cor de chá escuro ou coca-cola)

fezes claras (cor de massa de vidraceiro).

Ao final de 10 a 15 dias os sintomas gerais diminuem muito, mesmo na vigência da icterícia, que tende a desaparecer em 6 a 8 semanas em média, sugerindo a resolução da doença em mais de 95% das pessoas.

A forma clínica, chamada de fulminante com mortalidade de até 60%, ocorre em menos de 1% dos pacientes que adquirem o vírus. Após a fase aguda, que pode passar desapercebida, 1 a 5% dos adultos não se curam da infecção e ficam com hepatite crônica. Desses, 25 a 40% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado ao longo de décadas. Em crianças o risco da doença tornar-se crônica é bem maior, cerca de 90% em recém nascidos e 50% da infância.

O risco de doença crônica com má evolução é maior em quem usa bebida alcoólica, em bebês que adquirem a doença no parto e em pessoas com baixa imunidade (pacientes com AIDS ou pacientes em quimioterapia ou radioterapia, por exemplo).

Como o médico faz o diagnóstico?

Os sintomas não permitem identificar a causa da hepatite. Hepatites em adultos, especialmente se usuários de drogas injetáveis, homossexuais ou pessoas com muitos parceiros sexuais levantam a suspeita de hepatite B.

A confirmação diagnóstica é feita por exames de sangue, onde são detectados anticorpos ou partículas do vírus da hepatite B.

A biópsia hepática (retirada de pequeno fragmento do fígado com uma agulha para análise microscópica) pode ser necessária para avaliar o grau de comprometimento do fígado. Certos casos só são descobertos na fase crônica ou na investigação da causa de cirrose e câncer de fígado de uma pessoa que não sabia ter hepatite.

Como se trata?

A hepatite B aguda não requer tratamento medicamentoso específico. Remédios para náuseas, vômitos e coceira, bem como administração endovenosa de líquidos podem ser usados ocasionalmente.

O repouso no leito não deve ser exigido uma vez que não afeta a evolução para hepatite crônica ou fulminante. A ingestão de álcool em qualquer quantidade é proibida.

O uso de qualquer medicamento deve ser avaliado pelo médico, já que muitos necessitam de um bom funcionamento do fígado para seu desempenho. A forma fulminante da hepatite aguda exige cuidados intensivos em hospital, podendo necessitar de transplante hepático de urgência.

Alguns casos de hepatite crônica necessitam tratamento para evitar a evolução da doença e o risco de desenvolver cirrose e suas complicações. Varias opções de tratamento estão disponíveis para o tratamento, entre elas as mais frequentemente usadas são a Lamivudina e o Interferon (convencional ou peguilado), porém novas opções como o Adefovir, o Tenofovir e o Entecavir já vem sendo usadas na prática clínica com bons resultados.

O tratamento com Interferon para Hepatite B é realizado através de aplicações injetáveis 3 à 7 vezes por semana por tempo limitado (16 à 48 semanas). Já o tratamento com as outras medicações é por via oral (comprimidos), com duração que depende da situação clínica e da resposta ao tratamento. Em certos casos, é indicado o tratamento contínuo que pode durar de um a vários anos.

A decisão sobre iniciar ou não tratamento para hepatite B crônica, e, quando indicado, qual medicação escolher, depende da avaliação criteriosa do especialista, levando em conta o estágio da doença, a atividade da hepatite, a necessidade de outros tratamentos médicos, a presença de outras doenças, a chance de resposta do caso específico, a idade e a motivação do paciente para o tratamento e o uso prévio de outros tratamentos para hepatite B.

Atualmente, a portaria do Ministério da Saúde do Brasil que regulamenta o fornecimento de medicações para Hepatites prevê o fornecimento somente do Interferon e a da Lamivudina para os casos com indicação médica.

Como se previne?

A vacina para hepatite B deve ser feita em todos os recém-nascidos, iniciando o esquema vacinal já no primeiro mês de vida. Adultos não vacinados e que não tiveram a doença também podem fazer a vacina, que está especialmente recomendada a pessoas que cuidam de pacientes, a profissionais da área da saúde, aos portadores do vírus C, alcoolistas e indivíduos com outras doenças hepáticas. Deve-se usar luvas, máscara e óculos de proteção quando houver possibilidade de contato com sangue ou secreções corporais.

Pessoas que tiveram exposição conhecida ao vírus (relação sexual com indivíduo contaminado, acidente com agulha) devem receber uma espécie de soro (gamaglobulina) nos primeiros dias após o contato, o que pode diminuir a chance ou, pelo menos, a intensidade da doença Recém-nascidos de mães com hepatite B devem receber gamaglobulina específica e vacina imediatamente após o parto para diminuir o risco do bebê desenvolver a doença.

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