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- Curso de Biomedicina da Faculdade Leão Sampaio, na cidade de Juazeiro do Norte, com o interesse de adquirir e transmitir conhecimentos que possam auxiliar no desenvolvimento da sociedade.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

THALASSEMIA


O que é?

O nome de Thalassemia deriva da palavra grega que significa mar. É uma alteração genética que produz graus variáveis de anemia. A hemoglobina é o pigmento responsável pelo transporte do oxigênio e do gás carbônico no nosso sangue. Para compreender o que são as thalassemias precisamos conhecer a estrutura desta molécula. É formada por um núcleo central chamado de hema e 4 cadeias de proteínas iguais 2 a 2: 2 cadeias a (alfa) e 2 cadeias b (beta). Nas thalassemias há uma alteração genética que impede que estas cadeias de proteínas sejam formadas em quantidade adequada. São, portanto, alterações quantitativas da formação da hemoglobina. Se o defeito genético é na formação das cadeias alfa, as doenças daí derivadas são as a-thalassemias e se na formação das cadeias beta, temos as b-thalassemias.

Esses defeitos genéticos têm uma distribuição geográfica característica. As alterações das a-thalassemias têm mais prevalência no sudoeste da Ásia e China e as de b-thalassemias são particularmente prevalentes em população da Grécia e Itália, espalhando-se de acordo com as migrações populacionais. Cerca de 3% da população mundial tem gens de b-thalassemias, sendo a doença genética mais comum em todo o mundo.

O grupo de doenças que derivam destas alterações genéticas foi descrito, pela primeira vez, pelo pediatra norte-americano Thomas Cooley, em 1925.

O nome relacionado à palavra grega mar deve-se ao fato da anemia decorrente da incapacidade do organismo produzir hemoglobina encontrar-se em maior número em pessoas que vivem em torno do mar Mediterrâneo.

Como se desenvolve ou se adquire?


A alteração tem transmissão de pais para filhos, já que é uma doença hereditária. Em nosso meio predomina as b-thalassemias porque a imigração de populações oriundas da região do mediterrâneo é maior, principalmente italianos.

O que se sente?

O quadro clínico das pessoas que possuem estes gens é extremamente variável dependendo da carga genética, se homozigótica ou heterozigótica, isto é, se há dois gens comprometidos, um vindo do pai e o outro da mãe, ou apenas um gen, do pai ou da mãe. De uma maneira simplificada, podemos separar estas situações em dois quadros clínicos completamente diferentes. As thalassemias menores (apenas um gen) ou as thalassemias maiores (dois gens).

Nas thalassemias menores há discreta anemia, com a qual o indivíduo pode conviver e é compatível com uma vida normal ou em alguns casos nem anemia existe. Muitas vezes o diagnóstico é feito de forma acidental.

Nas thalassemias maiores, quadro bem mais raro, a anemia é severa e inicia-se nos primeiros meses de vida, acompanhada de pele e mucosas amareladas (icterícia), deformidades ósseas e baço aumentado.

Como se faz o diagnóstico?

Na thalassemia menor, a suspeita é levantada na investigação de uma anemia discreta numa criança ou num adulto. Outras vezes, decorre da investigação de alteração no tamanho ou forma das hemácias em um exame de sangue de rotina. Na thalassemia maior, o diagnóstico é feito nos primeiros meses de vida, principalmente devido à gravidade da anemia. Os exames laboratoriais que estudam a hemoglobina presente no sangue, como a cromatografia de hemoglobina, associada à forma das hemácias fazem o diagnóstico tanto na forma maior como na menor.

O estudo do sangue dos pais complementa a investigação quando necessário.

Como se trata?

A thalassemia menor não necessita tratamento na maioria das vezes. Em certas situações, como durante a gestação, é recomendado uma suplementação da dieta com ácido fólico.

Uma recomendação importante é o de evitar a ingestão de sais com ferro, uma vez que a thalassemia se associa a uma maior absorção de ferro da dieta. A ingestão de sais de ferro pode levar a excessiva acumulação de ferro, o que não é recomendável.

O tratamento da thalassemia maior é um grande desafio ao médico. Inclui um programa de transfusão de sangue permanente, retirada do baço e tratamento com quelantes para retirar excesso de ferro decorrente das múltiplas transfusões.

Em pacientes que dispõem de um doador de medula compatível, esse tipo de procedimento pode estar indicado.

A thalassemia maior é das doenças em que a terapia gênica deverá estar disponível no futuro.

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